Norte e Nordeste devem ser as regiões mais afetadas pelo aumento de tarifas, diz FGV

As regiões Norte e Nordeste do Brasil devem ser as mais afetadas pelo aumento de tarifas sobre produtos brasileiros imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A conclusão é de um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), liderado pelo pesquisador Flávio Ataliba.

Embora apenas 3,9% das exportações do Norte e 11,1% das do Nordeste tenham como destino os EUA, o impacto tende a ser elevado devido à concentração em cadeias produtivas mais frágeis, com menor capacidade de absorção interna e forte presença de pequenos produtores e cooperativas.

Produtos como mel natural do Piauí e frutas frescas embarcadas por Pernambuco e Bahia estão entre os mais vulneráveis ao novo pacote tarifário. O estudo destaca que, no Nordeste, o Ceará lidera em exportações para os EUA, com 44,9% da sua pauta voltada ao país norte-americano, principalmente com pescados, calçados, artigos de couro, ferro fundido e aço.

Em seguida aparecem Paraíba (21,6%), com açúcar, calçados e couro, e Sergipe (17,1%), com sucos, resinas e óleos vegetais.

Enquanto isso, regiões como o Sudeste — responsável por 71% das exportações brasileiras para os EUA — devem sentir menos os efeitos da medida. A região, mais industrializada, exporta bens de alto valor agregado como aeronaves e petróleo, que ficaram de fora da tarifa de 50%.

No Centro-Oeste, onde predominam carnes, grãos e minérios, o impacto também será limitado. Já o Sul, com exportações de móveis e carnes, deve ser afetado de forma moderada.

O tarifaço foi oficializado em 30 de julho por uma ordem executiva assinada por Trump, que classificou o Brasil como risco à segurança nacional. A medida elevou para 50% a alíquota de importação sobre parte dos produtos brasileiros — um acréscimo de 40% sobre os 10% já cobrados.

A Casa Branca publicou uma lista com quase 700 exceções, incluindo produtos como suco de laranja, minérios de ferro, artigos para aeronaves civis e combustíveis. No entanto, itens amplamente consumidos pelo mercado norte-americano, como café, carne e frutas, foram mantidos na taxação.

Em resposta, o governo brasileiro acionou nesta quarta-feira (6) a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos. Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, as tarifas afetam cerca de 35,9% do mercado exportador nacional.

Em nota, o governo Lula afirmou que os EUA violam compromissos assumidos na OMC, como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários acordados. O pedido de consultas foi encaminhado oficialmente à entidade.

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