Conforme a última atualização do Monitor de Secas, entre junho e julho, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em dois estados: Amazonas e Sergipe. No sentido oposto, a seca se intensificou em julho em outros 14 estados: Alagoas, Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
Já em outras oito unidades da Federação o fenômeno ficou estável em termos de severidade nesse período: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Tocantins. O Amapá e o Mato Grosso seguiram livres de seca, enquanto em Roraima o fenômeno deixou de ser observado, devido ao volume de chuvas acima da média.
- Mapas do Monitor de junho e julho de 2025
- Seca por grau de severidade por unidade da Federação em junho e julho de 2025
Considerando as cinco regiões geopolíticas acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Norte teve a condição mais branda do fenômeno em julho, enquanto o Nordeste teve a situação mais severa, com 9% da sua área com registro de seca extrema, que é a pior situação da região desde março de 2019. Entre junho e julho no Nordeste, Sudeste e Sul o fenômeno se intensificou nesse período. No Norte houve abrandamento da seca, enquanto a severidade do fenômeno ficou estável no Centro-Oeste. Considerando a extensão da área com seca, o fenômeno avançou em todas as cinco regiões nesse período.
- Seca por grau de severidade por região geopolítica e no Brasil em junho e julho de 2025
Na comparação entre junho e julho, 11 estados registraram o aumento da área com seca: Acre, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. No sentido oposto, o Monitor identificou a diminuição da área com o fenômeno em outros dois estados: Alagoas e Sergipe. Em outras 11 unidades da Federação, a área com seca se manteve estável: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. No período entre junho e julho, o Amapá e o Mato Grosso seguiram sem registro de seca no seu território e Roraima ficou livre do fenômeno em julho.
- Percentual de seca por unidade da Federação entre junho e julho de 2025
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Quatro unidades da Federação registraram seca em 100% do território em julho deste ano: Acre, Distrito Federal, Piauí e Santa Catarina. Nos demais estados com registro do fenômeno, os percentuais variaram de 4% a 97%.
- Percentual da área com seca por unidade da Federação em julho de 2025
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de julho, seguido por Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Goiás. No total, entre junho e julho, a área com o fenômeno seguiu em cerca de 4,2 milhões de km², o equivalente a 50% do território brasileiro.
- Área com seca por UF em julho de 2025 por km²
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Situação por UF
UF | ÁREA | SEVERIDADE DA SECA |
Acre | Entre junho e julho, a área com seca se ampliou no Acre, passando de 64% para 100% do estado, o que não acontecia desde fevereiro deste ano. Além disso, o estado teve o maior percentual de área com seca da região Norte em julho | Entre junho e julho, a severidade do fenômeno se intensificou com o aumento da área com seca moderada, que passou de 20% para 38% do estado. É a pior condição, desde janeiro deste ano, quando foram registrados 28% de seca grave no Acre. Com o quadro de julho, o AC teve a maior severidade da seca na região Norte no último mês |
Alagoas | Entre junho e julho, a área com seca diminuiu levemente de 61% para 60% em Alagoas | No período entre junho e julho, o fenômeno se intensificou levemente em AL, já que a seca moderada passou de 23% para 24% do estado |
Amapá | Entre maio e julho, o Amapá seguiu livre de seca em seu território. Com isso, o AP juntamente com o Mato Grosso e Roraima foram as únicas unidades da Federação livres de seca em julho | A seca não foi registrada no Amapá entre maio e julho. O AP, o Mato Grosso e Roraima foram as únicas unidades da Federação livres de seca em julho |
Amazonas | Entre junho e julho, a área com seca no território do Amazonas aumentou de 40% para 56% do estado | Entre junho e julho, o Amazonas teve o abrandamento do fenômeno, já que a seca moderada caiu de 10% para 5% do estado. É a melhor condição do fenômeno no AM desde dezembro de 2022, quando o estado entrou no Mapa do Monitor |
Bahia | Entre maio e julho, a área com seca se manteve no patamar de 85% da Bahia | O fenômeno se intensificou na Bahia entre junho e julho, já que o território baiano passou a registrar 13% de seca extrema no estado, que é a segunda mais severa na escala do Monitor. É a pior condição do fenômeno na Bahia desde junho de 2019, quando houve seca extrema em 15% da Bahia |
Ceará | A área com seca no Ceará aumentou de 76% para 89% do estado entre junho e julho. Esse é o maior percentual do fenômeno no CE desde janeiro de 2024, quando foi registrada seca em 100% do território | A seca se intensificou levemente no Ceará com o aumento da área com seca moderada de 34% para 35% entre junho e julho. É a condição mais severa no território cearense desde dezembro de 2024, quando foram registrados 43% de seca moderada no estado |
Distrito Federal | Entre maio de 2024 e julho de 2025, a seca seguiu presente em 100% do Distrito Federal. É a primeira vez que a unidade da Federação registra seca na totalidade de seu território por 15 meses consecutivos, desde julho de 2020, quando o DF entrou no Mapa do Monitor de Secas | O fenômeno se manteve estável no Distrito Federal entre junho e julho com o registro de seca moderada em 100% do seu território.
Assim, o DF teve a condição mais severa do fenômeno no Centro-Oeste em julho |
Espírito Santo | A área com seca no território capixaba se manteve no patamar de 47% entre maio e julho. É a menor porção com o registro do fenômeno no ES desde janeiro deste ano, quando houve seca em 31% do estado | Entre junho e julho, a seca se intensificou no ES, já que a seca moderada voltou a ser registrada em 19% do estado. É a condição mais severa desde novembro de 2024, quando o Espírito Santo registrou 32% de seca moderada |
Goiás | A área com seca se manteve no patamar de 76% do território goiano entre junho e julho. É a menor área com seca em GO desde outubro de 2023, quando foram registrados 63% de seca no território goiano | A severidade da seca se manteve estável em GO entre junho e julho, com a verificação da seca moderada em 43% do estado. É a melhor condição desde os 33% de seca moderada registrados em fevereiro deste ano |
Maranhão | Entre junho e julho, a área com seca aumentou no Maranhão, passando de
85% para 96% do território do estado. Esse é o maior percentual do fenômeno no MA desde janeiro deste ano, quando houve seca em 100% do território maranhense |
O fenômeno se intensificou no Maranhão com o forte aumento da área com seca grave, que passou de 28% para 58% do estado entre junho e julho. É a condição mais severa da seca no MA desde janeiro de 2018, quando houve seca extrema em 11% do estado |
Mato Grosso | Entre junho e julho, o Mato Grosso seguiu livre de seca, o que aconteceu por dois meses consecutivos pela primeira vez desde a entrada do estado no Mapa do Monitor em junho de 2021. Com isso, o MT, Amapá e Roraima foram as únicas unidades da federação que ficaram livres de seca em julho | A seca não foi registrada em MT em junho e julho. Mato Grosso, Amapá e Roraima foram as únicas unidades da federação que ficaram livres de seca no último mês |
Mato Grosso do Sul | Em Mato Grosso do Sul, a área com seca aumentou de 50% para 59% do estado entre junho e julho | Entre junho e julho, a intensidade do fenômeno se manteve estável em MS, que seguiu somente com registro de seca fraca, que é a mais branda na escala do Monitor |
Minas Gerais | A área com seca em Minas Gerais aumentou entre junho e julho, passando de 83% para 91% da região. É a maior área com o registro do fenômeno desde março deste ano, quando MG registrou 100% de seca. Minas teve, ainda, o maior percentual de seca entre os estados do Sudeste em julho | Em Minas Gerais o fenômeno se intensificou entre junho e julho, já que a seca moderada passou de 33% para 56% do estado. É a pior condição do fenômeno em MG desde novembro de 2024, quando foram registrados 4% de seca grave no estado |
Pará | Entre junho e julho, a área com seca se manteve no patamar de 3% do estado. É a maior área com seca no Pará, desde fevereiro deste ano, quando foi identificado o fenômeno em 7% do PA | A intensidade da seca se manteve estável no Pará entre junho e julho, já que houve somente o registro de seca fraca, que é a mais branda na escala do Monitor de Secas |
Paraíba | Entre maio e julho, a área com seca na Paraíba se manteve no patamar de 87% do estado | Entre junho e julho, o fenômeno se intensificou levemente na Paraíba, já que a seca grave passou de 52% para 54% do seu território. É a pior condição desde janeiro de 2020, quando foi registrada seca grave em 65% do estado |
Paraná | Entre junho e julho, a área com seca aumentou de 52% para 64% do Paraná | Entre junho e julho, a intensidade do fenômeno se manteve estável no Paraná, que seguiu com registro de 19% de seca moderada em seu território |
Pernambuco | Entre maio e julho, a área com seca se manteve estável em Pernambuco com 93% do fenômeno em seu território | O fenômeno se intensificou em Pernambuco entre junho e julho, já que a seca extrema passou a ser registrada em 2% do estado. É a condição mais severa do fenômeno desde dezembro de 2019, quando foram registrados 6% de seca extrema em PE |
Piauí | Entre abril e julho deste ano, a área com seca no Piauí se manteve presente na totalidade do território do estado, que foi o único do Nordeste com 100% de registro do fenômeno em julho | O fenômeno se intensificou no Piauí entre junho e julho, pois a seca extrema voltou a ser verificada em 22% do estado. É a pior condição do fenômeno no território piauiense desde fevereiro de 2019. Com isso, o Piauí teve a condição mais severa de seca entre todas as 27 unidades da Federação em julho |
Rio de Janeiro | No Estado do Rio de Janeiro, a área com seca se manteve no patamar de 27% do território entre abril e julho. É o menor percentual de área com seca entre os estados do Sudeste em julho | O fenômeno se intensificou no Rio de Janeiro entre junho e julho, já que a seca moderada voltou a ser registrada em 2% do território fluminense. Ainda assim, o estado teve a melhor condição do fenômeno no Sudeste em julho |
Rio Grande do Norte | Entre junho e julho, a área com seca no Rio Grande do Norte aumentou de 87% para 93% do estado | A seca se intensificou no Rio Grande do Norte entre junho e julho, visto que a seca grave passou de 25% para 33% do território potiguar. Essa é a condição mais severa do fenômeno no RN desde janeiro de 2022, quando houve seca grave em 62% do estado |
Rio Grande do Sul | Entre junho e julho, a área com seca no Rio Grande do Sul aumentou levemente de 7% para 8% do território gaúcho. Ainda assim, o RS teve o menor percentual de área com seca no Sul em julho | O fenômeno se manteve estável no Rio Grande do Sul entre junho e julho, com a seca moderada seguindo verificada em 3% do estado. Esse é o cenário mais brando de seca entre os estados do Sul em julho |
Rondônia | Entre junho e julho, a área com seca se manteve no patamar de 39% em Rondônia | A intensidade da seca se manteve estável em Rondônia entre junho e julho, já que houve somente o registro de seca fraca, que é a mais branda do Monitor de Secas, nesse período |
Roraima | Em junho a seca deixou de ser registrada em Roraima, o que não acontecia desde abril deste ano.
RR, Amapá e Mato Grosso foram as únicas unidades da Federação que ficaram livres de seca em julho |
A seca deixou de ser registrada em Roraima no mês de julho. Com isso, junto com o Amapá e o Mato Grosso, o estado ficou livre de seca em julho |
Santa Catarina | Em Santa Catarina a área com seca aumentou de 81% para 100% do estado entre junho e julho. Esse é o maior percentual de área com o fenômeno em SC desde setembro de 2021, quando também foram registrados 100% de seca no território catarinense. Com isso, Santa Catarina foi o estado da região Sul com maior percentual de área com seca em julho | Entre junho e julho, o fenômeno se intensificou em Santa Catarina com a seca moderada passando de 52% para 66% do estado.
Assim, Santa Catarina teve a pior condição do fenômeno no Sul em julho |
São Paulo | A área com seca em São Paulo se manteve no patamar de 89% entre junho e julho. É a menor área com o fenômeno no estado desde maio de 2024, quando houve seca em 85% do território paulista | O fenômeno se intensificou em SP, pois a seca grave voltou a ser verificada em 12% de SP entre junho e julho. É a pior condição desde outubro de 2024, quando foram registrados 47% de seca grave no território paulista. Com isso, São Paulo teve a maior severidade da seca entre os estados do Sudeste em julho |
Sergipe | Entre junho e julho, a área com seca diminuiu levemente de 35% para 34% de Sergipe. Com isso, o estado teve o menor percentual de área com seca dentre os estados do Nordeste em julho | Entre junho e julho, a seca se abrandou levemente em Sergipe, já que a seca moderada caiu de 10% para 9% do estado. Com isso, o território sergipano teve a melhor condição de seca dentre os estados nordestinos em julho |
Tocantins | Entre junho e julho, a área com seca aumentou de 56% para 68% de Tocantins. É a maior área com o fenômeno em TO desde março deste ano, quando houve registro de seca em 70% do território tocantinense | Em Tocantins a intensidade do fenômeno se manteve estável no estado, que seguiu com seca moderada em 31% de seu território |
O Monitor de Secas
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido. O Monitor de Secas teve início em julho de 2014, começando pela Região Nordeste, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa, a partir de 2018, foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023, completando a cobertura em todo o território nacional.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)