O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá visitar Rondônia pela primeira vez desde o início de seu terceiro mandato. A informação foi confirmada pela ex-senadora Fátima Cleide (PT), que atualmente atua como assessora do ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República. A visita presidencial contará com a presença do ministro da Educação, e terá como foco principal o fortalecimento do ensino superior no estado, incluindo ações voltadas ao Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e a instalação do Hospital Universitário Municipal de Porto Velho.
A visita ocorre em um momento considerado positivo para o governo federal, após uma série de embates diplomáticos com os Estados Unidos. Lula foi elogiado por sua postura firme diante de medidas protecionistas anunciadas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. O Palácio do Planalto atribui a Lula a articulação que amenizou os efeitos de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, o que teria contribuído para a recuperação de sua popularidade.
Durante a passagem pelo estado, Lula deve anunciar investimentos federais destinados à execução de 75 obras em Rondônia, abrangendo os setores de saúde, educação, esporte e cultura. Os recursos fazem parte do Novo PAC Seleções, programa que teve ampla adesão dos municípios rondonienses — 39 cidades foram contempladas com propostas aprovadas. A expectativa é de que os projetos beneficiem diretamente cerca de 1,4 milhão de pessoas, o equivalente a 94% da população estadual.
Outro anúncio aguardado é o da construção da ponte internacional sobre o rio Mamoré, que ligará Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín, na Bolívia. A obra histórica está prevista desde o Tratado de Petrópolis, assinado em 1903, e voltou à pauta do governo federal dentro do novo PAC. A travessia terá 1,22 km de extensão e 17,3 metros de largura. A licitação da obra foi vencida pelo Consórcio Mamoré, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Apesar do avanço no processo, o projeto enfrentou entraves em 2023, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a licitação por suspeitas de irregularidades. O governo federal, no entanto, reafirma o compromisso com a execução da obra, vista como estratégica para a integração regional e o fortalecimento das relações comerciais e diplomáticas com o país vizinho.